segunda-feira, 8 de julho de 2013

TransPyr 2013 - Dia 1, 2 e 3

Esta competição é show. Pra quem não lembra, clique aqui e veja o post que fiz sobre ela. São muito poucas as informações que temos desta corrida, portando, estou pegando muitas informações no Blog do Portugues João Marinho, que participa de muitas corridas boas e com muitas aventuras... Neste post, estão informações dos 3 primeiros dias de pedal, mas pra ver ele na íntegra, clique no título de cada dia pra cair no Blog do João, que lá sim está repleto de informações e fotos....

Confira que vale a pena.


TransPyr Dia 1 - Roses - Camprodon

"Primeira de 8 etapas da TransPyr. Antes da partida fiz o exercício mental para saber quando foi a ultima vez que participei numa prova com 8 etapas, creio que terá sido em 2009, na ultima vez que participei na TransPortugal.


Muitas coisas aconteceram entretanto, muitas provas por etapas eu participei, muitas aventuras, muitas histórias...mas cada uma tem um argumento diferente. Desta vez em dupla com o Luís Leite, um ''puto'' com 19 anos que na inocência da sua juventude aceitou o meu convite para atravessar os Pirenéus. "

"A etapa em termos de acumulado não assustava, pouco mais de 2000m, mas a distância (117Km) e as temperaturas previstas impunham respeito. Os primeiros 35Km foram feitos em pelotão, creio que éramos uns 40 a rolar a alta velocidade. Eu tenho um certo pavor a estes pelotões, a qualquer momento pode acontecer uma queda com consequências graves para vários elementos. "

"Ao km 47 dei uma queda feia, numa descida muito rápida em estradão, entrei numa curva talvez com velocidade demasiada e a roda da frente fugiu. A bati forte no chão, joelho, costas, cotovelo, calcanhar e a roda de trás ficou particularmente mal. Por momento temeu-se o pior, mas levantei-me, mexi os braços as pernas e a cabeça, disse para o Luís que podíamos continuar. Pego na bicicleta, olho por alto e vejo que a roda de trás está como um oito. Fica presa no quadro ao rodar. O pneu perdia ar também...montei a bicicleta, ainda meio atordoado e conclui que dava para pedalar. Disse ao Luís, se a roda e o quadro aguentar, eu vou até ao final. "



TransPyr Dia 2 | Camprodon - La Seu D'Urgell

"Que etapa...teve de tudo, mas o que vou reter na memória são as paisagens esplendorosas dos Pirenéus vistas do topo da montanha. Indescritível!"

"Durante alguns kms em plena montanha, fizemos autentica navegação à procura do track. Este não existia, era simplesmente seguir o mais possivel o risco que aparecia no GPS. O terreno era muito irregular, com buracos, pedras e muita bosta! Isso mesmo, bosta com força que saltava para todo o lado. De vez em quanto apareciam umas vedações electrificadas que mesmo com todo o jeitinho apanhávamos choque. Bem forte por sinal, não é Luís?

Depois desta ''luta'' veio outra também ela bem complicada, subir umas largas centenas de metros a pé até ao topo da montanha, o Pico da Collada Verda. Ao inicio ainda fizemos algum esforço por montar, mas depois simplesmente caminhamos e caminhamos e caminhamos...no final a vista compensou todo o esforço!"

"Alucinantes foram os últimos kms em estrada até à cidade onde terminou a etapa, La Seu D'Urgell! Rodávamos por vezes acima dos 50km\h e a maior parte do tempo o Luís foi na frente! Está uma mota o puto! 

Terminamos em 3º a etapa, mas mantemos a 2ª posição. Ainda há muito km para percorrer até San Sebastian..."







TransPyr Dia 3 | La Seu D'Urgell - El Pont de Suert

"A etapa já não era nada fácil, a mais longa e com mais acumulado de subidas da TransPyr, 127Km com mais de 3050m. Mas nós ainda tornamos a coisa mais complicada...

Logo nos primeiros kms a corrente do Luís ficou presa nos cranks. Tivemos que parar e com calma desbloquear a corrente. Foi relativamente rápido e conseguimos alcançar o grupo da frente poucos kms depois com a ajuda do Nuno Caeiro. 


Depois de 20km a subir em estrada o meu pneu de trás começa a perder ar. Eu não me acreditava que tinha furado...afinal de contas estávamos em estrada. Ainda andei uns kms a ver se o liquido fazia o seu papel, mas nada feito. Optei por encher o pneu e aqui eu agradeço novamente ao Nuno Caeiro que cedeu um CO2 e tornou a coisa mais rápida. Saímos disparados para voltarmos ao grupo, primeiros e terceiros qualificados seguiam neste grupo, mas quase a chegar a eles, o pneu está outra vez em baixo. 

Desta vez coloquei câmara de ar com liquido e pensei eu que a coisa ia aguentar até ao fim. Fiz uma verificação rápida a ver se tinha algum pico, mas não encontrei nada. Uns kms mais tarde e depois de mais umas séries a ver se apanhávamos o grupo, o pneu novamente em baixo...nem eu nem o Luís queríamos acreditar.

Paramos e fizemos as coisas com calma...encontramos um pico gigante enfiado no pneu! Por esta altura já tinham passado mais duas ou três duplas e vimos a nossa vida a andar para trás...Levamos duas câmaras, o queria dizer que naquele momento ficamos entregues à sorte.E ainda faltavam 80km para a meta. "

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