"Em termos de melhor volta ciclística do planeta é impossível superar o Tour de France, mas o possível é ver como existe um lado muito mais interessante no Giro d'Italia. Tudo por conta da forma como as etapas estão dispostas e organizadas, onde as mais difíceis e decisivas ficam para o final. Subida incrível e desgastante na sexta-feira. A montanha mais temida no sábado com a etapa rainha e no domingo um contra-relógio que ainda da oportunidades à um segundo colocado que não perdeu muito tempo em relação ao primeiro. Se ele ainda tem chances pode vencer. Na edição 2012 ele tinha e ele conseguiu o que queria.
O Tour de France continuará sempre sendo maior e melhor. A corrida e emblemática, histórica e o amarelo mais receptível do que o rosa. Quem vence na Volta da França terá seu nome mais lembrado do que um vencedor do Giro. Mas quem vence o Tour sempre o faz na penúltima, quem sabe na anti-penúltima etapa. Quem sabe na etapa dez se mantendo na ponta até o final. O último desafio se restringe à uma disputa por pontos, com o famoso desfile dos campeões até Paris. Já na Itália não tem passeio no último dia, o campeão por pontos pode ser até aquele que briga pelo título geral da competição. Em Roma não se brinca, a competição vai até o último segundo, com segundos de diferença definindo o grande vencedor.
Joaquim Rodríguez, da Espanha, foi brilhante, foi valente e foi guerreiro. Não é todos os dias que alguém deixa para trás nomes como Michele Scarponi, Ivan Basso e Damiano Cunego; Todos eles italianos de nascimento e correndo no seu próprio lar, com toda a fervorosa e apaixonante torcida apoioando intensamente em cada rua estreita ou estrada sem fim. Vitórias nas etapas 10 e 17. Liderança assumida, perdida e recuperada. O Giro d'Italia não é como o Tour de France, ele só termina mesmo no último dia e o esforço tem que ser mantido até o derradeiro final. Segundos são perdidos na etapa 19, mas recuperados no dia seguinte. Trinta perto de dezessete parecia excelente, mais outros dezesseis ainda eram necessários.
Esse é o lado interessante do Giro d'Italia. A definição concreta no último dia e na última etapa. Com um contra-relógio para ficar ainda mais emocionante e imprevisível, pelo menos visualmente falando. Os primeiros são os últimos a largarem. Rodríguez não pode perder mais do que trinta segundos em relação ao canadense Ryder Hesjedal, que já havia liderado suas vezes a competição, mas ele acaba perdendo 46 segundos. O tempo é suficiente para o mundo inteiro cercar Hesjedal antes mesmo que Rodríguez finalizasse a sua tomada de tempo. Afinal o ciclista havia acabado de se tornar o primeiro representante do Canadá campeão na Itália. Tudo acontecendo no bem no final, definido nos últimos momentos do Giro, com 16 segundos que mudaram a história. O Giro d'Italia pode não ser melhor que o Tour de France, mas certamente tem o seu lado mais interessante."
Para mim, a penúltima etapa foi a mais interessante, onde Rodrigues conseguiu abrir poucos segundos de Hesjedal, mas não foi o suficiente para manter a camisa rosa na ultima etapa, o contra-relógio. Nesta etapa ainda, a vigésima, a galera largou a 760 metros, subiram umas 5 montanhas, até chegar na maior, com mais de 2700 metros, mas antes de chegar lá, muito asfalto, poeira, calor e frio, isso mesmo, frio, porque pra chegar nesta altitude, só com a companhia do gelo mesmo. Fantástico.
A Grande decepção foi o Cavendish, que ganhou apenas três etapas, e nada mais.... mas trouxe de brinde umas 3 quedas, e uma filmagem sendo empurrado (confira o vídeo).
Parabéns também para o Rabottini, que subiu algumas montanhas de forma incrível.
Foi uma competição muito boa mesmo, se quiser ver um comentário melhor de algumas etapas, vejam os vídeos da TV pra quem Pedala, muito bom. Etapas 1 a 4, clique. Etapas 5 a 11, clique. Final, clique.
Confira quem ganhou cada etapa.
Agora, vamos conferir como ficou a classificação geral.
Classificação Geral – Camisa Rosa
1 | Ryder Hesjedal (Can) Garmin – Barracuda | 91:39:02 |
2 | Joaquim Rodriguez Oliver (Spa) Katusha Team | 0:00:16 |
3 | Thomas De Gendt (Bel) Vacansoleil-DCM Pro Cycling Team | 0:01:39 |
4 | Michele Scarponi (Ita) Lampre – ISD | 0:02:05 |
5 | Ivan Basso (Ita) Liquigas-Cannondale | 0:03:44 |
6 | Damiano Cunego (Ita) Lampre – ISD | 0:04:40 |
7 | Rigoberto Uran Uran (Col) Sky Procycling | 0:05:57 |
8 | Domenico Pozzovivo (Ita) Colnago – CSF Inox | 0:06:28 |
9 | Sergio Luis Henao Montoya (Col) Sky Procycling | 0:07:50 |
10 | Mikel Nieve Ituralde (Spa) Euskaltel – Euskadi | 0:08:08 |
Classificação por pontos – Camisa Vermelha
1 | Joaquim Rodriguez Oliver (Spa) Katusha Team | 139 | pts |
2 | Mark Cavendish (GBr) Sky Procycling | 138 | |
3 | Ryder Hesjedal (Can) Garmin – Barracuda | 113 | |
4 | Michele Scarponi (Ita) Lampre – ISD | 81 | |
5 | Domenico Pozzovivo (Ita) Colnago – CSF Inox | 80 | |
6 | Thomas De Gendt (Bel) Vacansoleil-DCM Pro Cycling Team | 76 | |
7 | Ivan Basso (Ita) Liquigas-Cannondale | 58 | |
8 | Alexander Kristoff (Nor) Katusha Team | 58 | |
9 | Geraint Thomas (GBr) Sky Procycling | 53 | |
10 | Andrey Amador Bakkazakova (CRc) Movistar Team | 52 |
Classificação de montanha – Camisa Azul
1 | Matteo Rabottini (Ita) Farnese Vini – Selle Italia | 84 | pts |
2 | Stefano Pirazzi (Ita) Colnago – CSF Inox | 44 | |
3 | Andrey Amador Bakkazakova (CRc) Movistar Team | 43 | |
4 | Michal Golas (Pol) Omega Pharma-Quickstep | 34 | |
5 | Domenico Pozzovivo (Ita) Colnago – CSF Inox | 26 | |
6 | Jan Barta (Cze) Team NetApp | 24 | |
7 | Miguel Angel Rubiano Chavez (Col) Androni Giocattoli | 24 | |
8 | Ryder Hesjedal (Can) Garmin – Barracuda | 24 | |
9 | Joaquim Rodriguez Oliver (Spa) Katusha Team | 23 | |
10 | Thomas De Gendt (Bel) Vacansoleil-DCM Pro Cycling Team | 21 |
Melhor Equipe
1 | Lampre – ISD | 274:19:46 |
2 | Movistar Team | 0:10:53 |
3 | Sky Procycling | 0:37:07 |
4 | Astana Pro Team | 0:43:12 |
5 | Garmin – Barracuda | 0:51:52 |
6 | Liquigas – Cannondale | 0:54:09 |
7 | Euskaltel – Euskadi | 0:56:27 |
8 | Colnago – CSF Inox | 1:10:25 |
9 | Ag2R La Mondiale | 1:22:12 |
10 | Katusha Team | 1:30:51 |
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