Algumas ONGs que incentivam o uso de bikes estimam que 250 mil pessoas utilizem esse meio de transporte na capital. Ricardo Santos e Wagner Carvalho estão em busca de mais espaço e respeito aos ciclistas que usam as bikes como meio de transporte. Eles fazem parte de outro nível de pessoas: aquelas que se livraram do carro completamente.
“O trânsito é realmente caótico em São Paulo, mas as pessoas vão se acostumando e quanto mais pessoas andarem de bike mais os motoristas sentem a presença dos ciclistas e vão se acostumando. Vão sabendo que existem ciclistas e ao poucos respeitando mais”, acredita Wagner.
O trajeto de 3 km é feito em 15 minutos. Antes, quando ia de carro, demorava quase uma hora. A mudança também mexeu com o bolso do publicitário. “Com carro, IPVA, seguro, garagem do prédio alugada, estacionamento no escritório, manutenção, gasolina, fora o dinheiro do carro que eu poderia deixar aplicado rendendo. [A economia] Está mais ou menos R$ 500 a R$ 600 reais por mês.”
Wagner é dono de um café e usa a bicicleta o dia todo. “Graças a Deus meu carro quebrou. Eu tive que achar uma alternativa e a alternativa foi muito boa: comecei a usar a bike. Faço mais compras, mas agora em menor quantidade para eu poder levar de bike e é fantástico”, diz.
As pessoas estranham os ciclistas quando transitam na rua. “Hoje em dia, a cultura no Brasil é que quem anda de bicicleta ou é pobre ou é excêntrico. Então, é procurando ser diferente, mas acho que as pessoas estão se conscientizando mais, o trânsito está muito ruim", diz Wagner.
Ciclofaixas e ciclovias
As ciclofaixas de lazer começaram a funcionar na capital paulista há cerca de dois anos. É uma forma de incentivar a boa convivência entre ciclistas e motoristas. “A gente não escuta aquela buzinada que antigamente escutava quando não existia toda essa infraestrutura”, explica o economista Rafael Iglesias.
São 30 km que ligam o Parque das Bicicletas, Parque do Povo, o Ibirapuera e o Villa-Lobos. Elas têm sinalização própria, que deve ser obedecida por todos, mas como são para lazer e diversão, só funcionam aos domingos, das 7h às 14 horas.
As ciclovias são raridade na metrópole. São apenas 37 km que funcionam todos os dias, segundo a prefeitura. O problema é que construir uma ciclovia pode demorar muito tempo. Vai da análise do trajeto, passa pela burocracia das licitações e em seguida vem a construção.

A Prefeitura diz que existem projetos para mais três ciclovias: no Jardim Helena, na Zona Leste, Jardim Brasil, na Zona Norte, e outra que ligará o Grajaú a Cocaia, na Zona Sul. Ainda não há prazo para o começo das obras.
Metrô e CPTM
Em algumas estações do Metrô também é possível alugar uma bicicleta para se locomover. O serviço já existe há quatro anos e funciona na Vila Mariana, Liberdade, Armênia e Santana (Linha Azul); Paraíso e Vila Madalena (Linha Verde); Palmeiras/Barra Funda, Marechal Deodoro, Santa Cecília, Anhangabaú, Sé, Brás, Carrão, Guilhermina/Esperança e Corinthians/Itaquera (Linha Vermelha).
A CPTM não tem esse tipo de serviço, mas quem tem bicicleta pode deixá-la estacionada e depois pegar o trem. São 6 mil vagas espalhadas em varias estações.
Leis de trânsito
No Código Brasileiro de Trânsito está escrito que bicicleta é um veículo de propulsão humana. Contudo, como é um veículo, tem que obedecer todas as regras de trânsito. A circulação é permitida na pista, no asfalto, desde que na via não exista ciclovia ou ciclofaixa.
http://g1.globo.com/sao-paulo/respirar/noticia/2011/05/paulistanos-trocam-carro-por-bicicleta-e-economizam-tempo-e-dinheiro.html
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